terça-feira, 12 de julho de 2011

Sabor de fel 2

Neste último mundial de atletismo, um jamaicano chamado Usain Bolt deu provas de que os limites existem para serem superados, mas o que mais chamou a atenção era o sorriso que ele estampava no rosto mesmo antes da linha de chegada, como se dissesse: ninguém consegue me acompanhar ?
Muitos consideraram esta costumeira atitude do velocista como simpática, irreverente, típica do jamaicano.

Porém, outros comentaristas viram nas gracinhas do corredor uma forma de menosprezo e provocação aos demais competidores, o que acabou se tornando objeto de discussão no meio da imprensa esportiva internacional.

Usain Bolt é um caso a parte, mas sabemos que é comum no esporte, sobretudo no futebol, as provocações daqueles que saem vitoriosos nos embates. As vezes provocação de jogador para a torcida, ou de torcida para outra torcida, o fato é, que as provocações as vezes vem estampadas até em camisas de clubes, idéia de alguns “gênios” de marketing irresponsáveis, irresponsáveis pois sabem que com isso podem colaborar para o crescimento da violência nos meios esportivos.

Citei estes exemplos de provocação para mais uma vez fazer menção de algumas músicas cantadas pelo povo de Deus que são carregadas de sentimentos de vingança e de teor provocativos ao qual leva a pessoa a querer mostrar aos outros que ele é vencedor, a despeito daqueles que supostamente não lhe estendeu a mão, como sendo aquele, que, mesmo contra a sua vontade, terá que lhe aplaudir de pé entre os expectadores, como quem diz: chegou a hora da vingança, é o momento da alfinetada, nem precisa dizer nada, eles estão lá, dentre a platéia, enquanto você comemora, de forma provocativa a sua vitória.

Ora, irmãos, que sentimento pernicioso, típico da natureza humana decaída, razão pela qual não combina absolutamente em nada com os princípios cristãos.
Para se ter idéia, vou me reportar a uma mensagem que ouvi de um pastor de renome, que ministrava num congresso dos gideões missionários. Num dado momento, esse pastor, no propósito de encorajar os irmãos a resistirem firmes as lutas e provações disse em claras palavras: “ você verá seus inimigos vindo rastejando até você, e reconhecendo que você é verdadeiramente filho de Deus”. Uma observação: não haveria nada de errado nesta frase, se os inimigos aos quais ele se referiu fossem os inimigos espirituais, contudo, o que me deixou impressionado, é que ele se referia realmente a pessoas. 
Mas o ênfase aos inimigos carnais do crente não param por ai, existem uma infinidade de canções que trazem este conceito em suas letras, vou citar apenas uma: “marca da promessa” do grupo apascentar. O início diz: “ se tentam destruir-me, zombando da minha fé e até tramam contra mim, querem entulhar meus poços, querem frustrar meus sonhos e me fazer desistir”. 
Reitero. É apenas um exemplo, pois poderia citar muitas músicas carregadas desse complexo de perseguição que muitos crentes vivem, supostamente em função de sua “fidelidade a Deus”. Há controvérsias !
É importante lembrar irmãos, que se analisarmos o tema, a luz das escrituras, sobretudo o sermão do monte preferido por Jesus, concluiremos que o servo do Senhor, pessoa física, cidadão, não tem o direito de ter inimigos pessoais. Vamos rever este conceito, reavaliar nossas atitudes, estas sim, podem colaborar, e muitos para as pessoas viverem com este estigma.
LEMBRE-SE : o ódio, a vingança, e a amargura nunca lesaram a pessoa odiada, mas destruiram parte da pessoa que odeia, o amor porém, sara, tanto aquele que ama como aquele que é amado.
Pedro diz em sua primeira carta no capítulo 4 no versículo 15 e 16: “ se tiver que sofrer, que seja como cristão, não como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se entromete em negócios alheiros , muitos evidentemente, colecionam inimigos exatamente por estes motivos.
Contudo, nós irmãos , devemos saber diferenciar o que é um salmo imprecatório dum salmo de adoração a Deus, enfatizar o segundo, e de preferência nem fazer menção do primeiro, pois se trata de um conceito vétero-testamentário, 
E praticarmos acima de tudo o AMOR .


Donizete.

2 comentários:

  1. Antonio Carmino de Oliveira Neto8 de setembro de 2011 às 11:14

    Acho que vale salientar que embora a cantora Damaris, o conjunto Voz da Verdade e tantos outros cantem músicas que não condizem com as escrituras, não quer dizer que nada que vem desses cantores ou bandas não podem ser apreciados, afinal ao comer o peixe você costuma egolir a espinha junto?

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  2. carmino,

    Às críticas nem sempre são no sentido dos equívocos teológicos contidos em muitas músicas dos cantores ou bandas evangélicas. Além da obviedade e pobreza de conteúdo, destaca-se também outras implicações. Sinceramente fico a pensar por que os compositores do mercado gospel não submetem suas letras a pessoas qualificadas para que à luz das Escrituras avalie o conteúdo de suas canções.
    numa sociedade preponderantemente hedonistas os evangélicos os deveriam seguir caminho inverso. entretanto, suas canções são via de regra antropocêntricas, só pensam na vitória. São extravagantes, querem de volta o que é seu, necessitam de restituição, determinam a prosperidade, tocam no altar, pedem chuva, cantam mantras repetitivos erotizando sua relação com Deus, desejando da parte do Criador, beijos, abraços e colo etc...
    Carmino. Você citou dois exemplos no seu comentário. Eu diria! Realmente tem coisa pior.

    Abraço.

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