sábado, 9 de fevereiro de 2013

Culto cristão I

  Série reflexões

A reunião cristã que ao longo da história da igreja passou também a ser chamada de “culto”, é em sua essência uma celebração da comunhão dos crentes e não unicamente um momento de adoração a Deus. Pois a adoração não pode se restringir a um momento ou a um lugar específico para sua prática, mas se concretiza quando e onde estiver alguém disposto para tal. A adoração só tem sentido se estiver em conexão com o serviço voltado para o outro. Ela é um ato interno, mas com uma atitude externa correspondente. Esta é a adoração objetiva, prevista e aceita pelo grande outro.

Neste aspecto, engana-se quem pensa ser a adoração um ato de transcendência onde nossos sentidos são voltados apenas para a esfera metafísica. Ela culmina na vertical, mas tem suas bases estabelecidas no plano horizontal. A recomendação de Jesus, é que ao ofertar a Deus (vertical) e lembrar-se que teu irmão tem algo contra ti “horizontal”, deixa a tua oferta e vai reconciliar com o teu irmão. Ou seja, o caminho para a dimensão vertical (Deus) tem sua gênese na horizontal (homem).

O pensamento vigente em relação ao propósito do momento do culto, faz emergir várias disfunções. Uma delas é a do individuo avaliar sua performance espiritual de maneira subjetiva, atribuindo-lhe validade apenas através de sua assiduidade a estes momentos em detrimento de uma vivência prática e diária da sua consciência crística.

O culto é um fim em si mesmo, e não um meio para alguma coisa. Culto não é apenas algo mentalizado e falado em duas horas de reunião. Culto é um momento de celebração à comunhão cristã e o compartilhamento das experiências e serviços prestados a Deus no espaço de tempo que o antecede.

P.S. Quase todos os termos hebraicos e gregos que definem o termo “culto”, transmitem a ideia de “trabalho” ou “serviço”. E foi com esse pensamento em mente que Paulo desafiou a comunidade cristã a oferecer a si mesma como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que o vosso culto racional. (Rm 12:1)

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