O Concílio do Vaticano II tinha como principal objetivo a modernização da igreja católica.
A série de conferências visava atrair os fieis afastados, e para tanto foi tocado em temas até então muitos delicados.
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Foram repensadas, por exemplo, a relação da igreja com outras religiões, abrindo assim o diálogo inter-religioso não apenas com as outras tradições cristãs como também com as não-cristãs.
Apesar do concílio conservar a rigidez no tocante ao sexo antes do casamento, ao aborto e ao controle da natalidade, para a ala mais conservadora, ali seria decretada a secularização da igreja.
Ratzinger, que via de regra tem sua imagem associada à inquisição, como não poderia deixar de ser, postou-se como um adversário das reformas e perseguiu os ideais deliberados no Vaticano II.
Por isso é que diante do leque de razões para sua inesperada renúncia, surge no horizonte à oposição da ala modernista da igreja, que não vê com bons olhos o enrijecimento de doutrinas que seus antecessores tentaram flexibilizar.
A começar pela obstrução do ecumenismo até a abordagem de temas “bobos” como o uso de preservativos e anticoncepcionais pelos fieis.
Não acredito que Ratzinger, inteligente e antenado que é, não tenha previsto a invasão do secularismo que caracteriza a igreja católica, sobretudo a européia. Mas certamente foi um duro golpe em sua convicção engessada e conservadorismo extremo.
Certamente ele foi assessorado no sentido de que se continuasse com essa teologia jurássica seria decretada o falência da igreja em outros países europeus, como por exemplo, ocorreu com a França, que definitivamente rompeu com o catolicismo e se abriu ao Islã.
Sem contar com o descontentamento evidente das igrejas latino americana e africana, que sempre viu com bons olhos as teologias libertacionistas.
Por isso é que apesar de encarar sua renúncia como um gesto de grandeza, vejo sua saída como tardia, exatamente pela sua postura anti-modernidade e avessa a contextualização.
Que venha o novo Papa. Novo não somente em idade. Mas sobretudo, com novidades em suas idéias, pautadas na inauguração de um novo paradigma mais sensível as demandas dessa geração emergente.
Ao passar pela net encontrei o seu blog, estive a ler algumas coisas e posso dizer que é um blog fantástico,
ResponderExcluircom um bom conteúdo, dou-lhe os meus parabéns.
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Sou António Batalha, do Peregrino E Servo.