domingo, 25 de março de 2012

A TOLERÂNCIA QUE DIMINUI A DISTÂNCIA


 
Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo

O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento

Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente

Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois (Música Tolerância –Ana Carolina)

Água no deserto não é apenas desejo, mas necessidade, sobrevivência. A ausência de água como a sentença, como efeito da não vida no deserto. A sua frente caminha alguém que tinha “passo incerto”. Mas o que produz a incerteza nos passos de quem caminha?

Existe um “código de Guerra” para aqueles que em suas certezas tem seus passos incertos e toda “guerra” é produto da “certeza”, é necessário ficar “atento” quando se relaciona com pessoas que tem “certezas” que impedem a aproximação de quem deseja se aproximar, isso porque para essas suas crenças são mais importantes que as pessoas. As certezas colocam as pessoas sempre a “frente” suas crenças se transformam em “cercas”.

Qual caminho deve seguir a pessoa que tenta se aproximar de quem vive a vida como um “código” um sistema de identificação que ajunta os “iguais” ao mesmo tempo em que exclui os diferentes.

“Se pareço ainda estranho, se não sou do seu rebanho e ainda assim te quero”. (A.C). O que é mais nobre: Alguém aceitar o outro pelo fato de ter em comum às mesmas crenças e certezas ou aceitar o diferente, não deixar com que as diferenças façam à diferença? Afinal o que aprendemos com os “iguais”? Não são os diferentes que podem nos acrescentar o que não temos?

Que nobreza há no convívio dos que pensam iguais? Que virtude pode ser desenvolvida se não houver convívio entre os que não são do mesmo “rebanho”?

A crença não deve ganhar proeminência sobre a diferença. A “diferença” torna o outro um espelho, a única forma de nos olharmos “de frente” está justamente nas diferenças. Os que pode fazer com que as pessoas que vivem cercadas de certezas deixem de se relacionar através seus códigos de guerra?

A resposta está para haver diálogo com o diferente, para que haja “fala” é necessário “tolerância” essa é a única forma de acabar com a “distância” trazer o outro para ser o próximo. Os códigos de guerras produzidos pelas certezas, excluem os diferentes que agregam somente os que “pensam iguais”, são produto de ajuntamento do mesmo “rebanho”.

“È que o amor é soberano, e supera todo engano, sem jamais perder o elo" (Música: Ana Carolina).

A grandeza está em quem reconhece sua “estranheza”, sabe que não pertence ao “rebanho”, contudo se esforça para que o “amor soberano” venha superar todo “engano” produto dos “códigos e certezas”. O amor é a única verdade que faz com que não seja perdido o elo... Elo que mantém unidade nas diferenças através da tolerância...

Por José Lima

11 comentários:

  1. Amigo, adoro essa música!!! Gostei dessa sua apreciação. Não tinha parado para analisar essa música ainda.
    O assunto da tolerância é muito inquietante. Como é difícil agregar o que eu não entendo. Tem ainda a rejeição dos iguais. Quando eu me alio ao diferente, o que pode causar de estranheza não está no gibi.
    É intolerância para todo lado. Coisa de gente que ainda precisa aprender. Coisa de gente em evolução.

    Um abração pra vc. Feliz que tenha voltado a comentar e escrever. Fica com Deus.

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  2. "Que nobreza há no convívio dos que pensam iguais?", Nobreza nenhuma, talvez identificação até que surja a primeira diferença para ativar o código de guerra!

    Agora me diga se essa música não é uma profecia que espanca como luva de pelica a dignidade dos exclusivistas, Caro Apóstata Assembereano?!

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  3. Pô cara, vou dar uma de cara de pau como o Edu, e pedir pra vc como ele fez com a Mari: NÃO DÁ PRA TIRAR ESSA AUTENTIUCAÇÃO DE LETRAS AÍ NÂO?! ÔÔÔ COISA CHATA TER DE DIGITAR ESSES CARACTERES DIFÍCEIS DE DECIFRRAR! Deixa Deus falar com vc, se ele confirmar, arranca esse negócio fora véio! rsrsrs

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  4. Franklin,

    Anda rolando umas coisas esquisitas por aqui! rsrsrs

    Primeiro é que eu não consigo fazer com que as fotos dos comentadores apareçam. Sá aparece estas sombras esquisitas...

    Agora, esta dos caracteres é novidade para mim!

    Preciso de ajuda dos universitários! Mari, Edu, Você, quem sabe rsrsrs

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  5. Mari e Franklin,

    Este texto foi um achado meu lá no blog do Lima!

    A frase:

    "Existe um “código de Guerra” para aqueles que em suas certezas tem seus passos incertos e toda “guerra” é produto da “certeza”, é necessário ficar “atento” quando se relaciona com pessoas que tem “certezas”

    é uma das mais fantásticas e verdadeira que encontrei nos últimos dias.

    Só ela valeria a postagem. Concordam?

    Abraços e boa semana para vocês.

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  6. Excelente o texto do Lima! Ótimo o aproveitamento da poesia de Ana Carolina!

    Acredito também que o amor (universal) seja a resposta, a maneira como diferentes podem se relacionar.

    Enganoso, contudo é aquilo que tem só a aparência amorosa. Trata-se do amor sectário, coisa que, em sua suposta bimilenar existência, o cristianismo praticou como se fosse o amor universal. Aliás, religião nenhuma conseguiu até hoje ser verdadeiramente universalista. Em geral, elas buscam afirmar uma "verdade universal" através da crença e, com isto, os movimentos religiosos passam a asssumir oc aráter de seita, tentando justificar uma visão parcial da realidade e que será sempre distorcida.

    Na moldura sectária construída pelo cristianismo ortodoxo a humanidade é dividida em dois grupos: os que crêem em Jesus e os que negam Jesus. Assim, o amor cristão, em sua quase bimilenar história, foi dirigido unicamente aos membros da seita. E, assim, inventaram um messias que lança às chamas quem não se unir a ele. Criaram um messias que exige exclusivo afeto e reconhecimento dos discípulos, como se Jesus esperasse ser amado em troca.

    Já o amor universal que é puro, desinteressado e se torna uma máxima expressão de fraternidade, jamais poderá ser fruto de uma mentalidade sectária. Pois, se há facciosidade, tem-se consequentemente uma demonização do outro ser humano de diferente credo ou cosmovisão. Isto quando a demonização não ecorre dentro da própria seita entre os seus integrantes.

    Abraços.

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  7. Em tempo!

    Cabe aqui uma pergunta:

    Será que interessa a quem se encotnra no comando do poder que o amor universalista seja praticado?

    Não seria este amor algo realmente subversivo?

    Imaginem se a humanidade conseguisse se amar além de toda crença, origem, nacionalidade, etnia ou classe social? Hoje em dia, até que as elites do Ocidente tentam acabar com muitas dessas diferenças, exceto quando se trata de classe social. É quando o amor fica mais restrito a uma filantropia sem romper com as bases desiguais do sistema.

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  8. Doni,

    Já tinha lido essa bela reflexão do JL; fez bem em postá-la aqui para que a mensagem se espalhe.

    Eu sempre achei que ninguém precisa abandonar suas certezas em nome da tolerância, do respeito e do amor. Esse relativismo radical dos nossos dias também é um porre!! Qualquer um que tenha certeza de alguma coisa já é visto como intolerante.

    O problema não são as certezas, e sim, como as pessoas lidam com suas certezas.

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  9. já tirou a verificação de palavras, né? Quanto as caretas dos seus comentadores, fica frio, que de uma hora para outra elas voltam. (desde que você não tenha feito nada para sumir com elas!!) rsssss

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  10. Penso o mesmo que você Edu!

    O Caio Fábio disse que "as nossas certezas matam. Só não matam as certezas humildes."

    As certezas arrogantes que são os estopins para todo tipo de desentendimentos!

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  11. Estou lendo atualmente um excelente livro de apologética cristã(coisa que eu não faço há anos) e é de longe, o melhor livro sobre o tema que eu já li: "Não tenho fé suficiente para ser ateu" dos autores Geisler e Turek, ed Vida. Os argumentos expostos são muito bons, mas eles defendem essa visão de que como o Cristianismo é a única religião verdadeira(e expõe muito bem os argumentos a favor dessa afirmação), todas as outras religiões são falsas(apesar de admitirem que nem tudo em outras religiões é falso).

    Não nego ao cristão dizer que sua religião é verdadeira; agora, que é a única verdadeira, aí já é problemático. Bem, quem sabe até eu acabar o livro, os autores me convencem do contrário...rsssss

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