terça-feira, 22 de novembro de 2011

Seria Paulo universalista? Parte 2


Salvação na perspectiva de Lucas, tinha a mesma conotação do período vétero- testamentário. O professor e escritor Eben Hans Scheffler, em seu tratado sobre Lucas-Atos, afirma que Lucas emprega uma “linguagem de salvação” quanto a um espectro muito amplo em circunstâncias humanas – o fim da pobreza, discriminação, doença, possessão demoníaca, pecado, etc... Ou seja, era associada ao sofrimento econômico, social, político, físico, psicológico e espiritual.
Segundo Scheffler, para Lucas a salvação é, sobretudo, algo que se realiza nesta vida, hoje. Citando especificamente, as palavras de Jesus registradas em 4:21; 19:9; 23:43. Para Lucas, salvação é salvação presente.
E em função disso, (visto ser Lucas colaborador de Paulo em suas viagens missionárias) que é importante realçar que a mensagem evangelística de Paulo não é uma mensagem negativa. Ele não tem a incumbência de anunciar uma destruição arbitrária do mundo em um apocalipse vindouro, onde os bons seriam separados dos maus, sendo que, apenas os primeiros seriam dignos de uma bem-aventurança na eternidade.
É nesse sentido que David Bosch, em seu livro, Missão transformadora, afirma que a mensagem de Paulo é iminentemente positiva. Todas as vezes que ele faz menção da ira de Deus, é apenas no sentido de fazer um contraste sombrio de uma mensagem caracterizada por boas novas.
Segundo Bosch, “Deus já veio a nós em seu filho e retornará em glória. A missão de Paulo é o anúncio do senhorio de Cristo sobre toda a realidade e um convite para submeter-se a Ele; através da sua pregação, Paulo deseja evocar a confissão ‘Jesus é o Senhor!’. A boa nova é que o reinado de Deus, presente em Jesus Cristo, reuniu a todos nós sob o juízo e, no mesmo ato, reuniu a todos nós sobre a graça. Mas isso não implica que o evangelho seja uma introspecção mística ou a salvação de almas individuais, retirando-nos de um mundo perdido e lavando-nos para a segurança da igreja. Trata-se, pelo contrário, de uma proclamação de um novo estado de coisas que Deus iniciou em Cristo, que diz respeito as nações e à integralidade da criação e culmina na celebração da glória final de Deus.”
Desse modo Paulo tem em sua missão, o objetivo de ampliar já no mundo presente, o domínio do mundo vindouro de Deus. Na sua concepção, o reino de Deus havia sido inaugurado, e sua mensagem consistia em anunciar esta verdade.
Significa dizer então que Paulo era um “universalista” no sentido de prever a salvação derradeira de toda a humanidade? Algumas de suas afirmações parecem asseverar que tão somente uma parte da comunidade humana será salva; outras aparentam sugerir que, no final, todas as pessoas serão salvas.
O professor do novo testamento Eugene Boring, publicou recentemente um artigo esclarecedor e provocativo sobre esse tema.
Segundo Boring, “uma minoria de estudiosos sustenta que Paulo é, efetivamente, um universalista; subordinam, então, os textos particularistas aos universalistas. A maioria parece enveredar para a direção oposta: subordinando as passagens universalistas às particularistas, concluem que Paulo é, na verdade, um particularista. Outras tentam solucionar o problema sustentando que há um desdobramento progressivo em Paulo, que vai do “particularismo” ao universalismo”.
Para tentar solucionar as afirmações conflitantes em Paulo, ou tentar pelo menos harmonizá-las, devemos compreender que ele era um pensador coerente, mas em certos assuntos não era sistemático.
Boring diz que, no tema em discussão, Paulo opera com duas imagens aparentemente antagônicas. Nas denominadas passagens particularistas, a imagem abarcante é a de Deus-juiz. Nesta imagem existem “vencedores” (aqueles que são salvos) e “perdedores” (aqueles que se perdem, mesmo que Paulo, inclusive aqui, não aprofunde a questão do destino dos condenados; Como já foi dito, Paulo não possui uma doutrina de inferno.) Nas passagens “universalistas” por seu turno, o motivo dominante é Deus-o-rei. Enquanto que o Deus-juiz separa, Deus-o-rei une a todos em seu reinado.  
Por isso se torna inevitável as perguntas: até que ponto é viável ou possível fundir essas duas imagens em uma só? Até que ponto posso me permitir a prerrogativa de escolher entre “particularismo” e “universalismo”? Existe uma maneira de tornar harmônica duas afirmações colidentes?
Bosch diz que, Nenhuma opção faria jus às delicadas nuanças do pensamento paulino. Paulo está em condições, por um lado, de proclamar, com certeza absoluta, que Deus será tudo em todos e que toda língua confessará a Jesus como Senhor. Concomitantemente, ele é capaz de insistir na missão cristã como um dever ao qual não é possível renunciar. As pessoas precisam se “transferir” da velha realidade para a nova mediante um ato de fé e compromisso, pois só Cristo pode salvá-las. Cada qual carece ouvir o evangelho da justificação pela fé. A justiça de Deus não se torna efetiva automaticamente, mas necessita ser apropriada pela fé, o que só é possível onde às pessoas tiverem ouvido a proclamação do evangelho.  
Por isso se vê nas entrelinhas, que Paulo, na maioria das vezes, se abstém de afirmar inequivocamente a salvação universal; o impulso para tal noção e feita pela ênfase na responsabilidade e obediência daquelas pessoas que ouviram o evangelho. Neste sentido é que torna relevante a RESPOSTA HUMANA. A salvação oferecida por Deus é universal, mas nunca chega ao ponto de anulá-la.

Por Donizete.

Bibliografia. Missão Transformadora. Bosch, David, J.

33 comentários:

  1. Apesar de não concordar com tudo, Donizete, tenho que reconhecer que o seu estudo é de qualidade. Parabéns!

    Saindo um pouco da abordagem detalhada dos textos e sem entrar na questão da autoria dos livros do NT, sobretudo quanto ao 3º evangelho e Atos, gostaria de compartilhar o que tenho percebido acerca da salvação.

    Acredito em salvação num amplo e talvez "duplo" sentido. Tanto no "presente" quanto em relação ao "futuro", se é que o tempo de fato existe.

    Somos ensinados a ser salvos das doenças, das emoções negativas e de todo comportamento vil, assim como somos salvos da morte física através da percepção da vida que é eterna. E, sob certo aspecto, somos salvos das nossas ficções.

    Por outro lado, esta salvação se dá tanto individualmente quanto coletiva. Pois eu entendo que o Reino de Deus não seria uma segunda Terra e muito menos um novo Universo visível, mas sim este mesmo planeta transformado. Ou a humanidade com o seu modo de pensar modificado, aprndendo a lidar melhor com o seu lado mau.

    Pra mim, um fim de mundo tal como ocorre nas sensacionalistas interpretações do Apocalipse, a exemplo do livro Deixados para trás, com arrebatamento, vinda do anticristo, marcação das mãos e testas das pessoas com o 666 e perseguição aos crentes que restarem por um governo mundial até que Jesus volte vindo sobre as nuvens parecem mais paranoias humanas integrantes de uma absurda teologia do medo que movimenta uma indústria literária nos meios eclesiástico e secular.

    Cada vez mais tenho percebido que a manifestação do Reino de Deus se dará imperceptivelmente até que o mundo realmente compreenda o amor ensinado pelo Messias que eu creio ser Jesus e também todos os que alcançam a consciência messiânica. E, quando houve um número bem representativo de pessoas praticando o amor, nossa atmosfera espiritual vai mudar, o que não significa perfeição total. Talvez, neste tempo, o homem estará respeitando melhor a natureza, o seu próximo e compreendendo que a sua sobrevivência e bem estar dependem também da felicidade de todos, bem como de se liberar graciosamente o perdão.

    Todavia, o Reino não se restringe à fisicalidade ou à chegada desta era de amor e paz. Pois, como fica o destino das pessoas "mortas" e que continuarão a "morrer".

    É possível que, no futuro glorioso da humanidade, a concepção de morte (não a desencarnação) deixe de existir e ninguém fique mais excessivamente preocupado com o amanhã. Porém, quem deixar o mundo físico, continuará amparado por Deus e participando da comunidade dos santos, conforme acredito que sempre ocorreu. E daí a importãncia da mensagem do Evangelho ser aplicada aos que estão nesta vida, para salvarmos do presente século e da concepção equivocada da morte e não de uma fictícia ameaça de castigo para quem não concordar com o pacote de crenças oferecido pela Igreja.

    Paz!

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  2. Rodrigo,

    Existe no âmbito religioso, quer seja cristão ou qualquer outro, uma pluralidade de conceitos no tocante à escatologia.

    A igreja constitui uma comunidade escatológica. O indivíduo também! Quando pensamos na nossa finitude, logo surge a ideia do porvir. A base de sustentação da fé do cristão, é a bem aventurada esperança da eternidade.

    Paulo não abriu mão desse argumento, no sentido de encorajar os cristãos de sua época, a perseverarem até o fim. Mas ele não fez uso desse terrorismo psicológico (doutrina da perdição eterna) tão em voga na igreja hodierna, para colher melhores resultados. Ou seja, Não pregava um evangelho acompanhado e contaminado por um disangelho.

    Acredito que para Paulo, assim como você bem frisou, a salvação não se restringia a fisicalidade, mas tinha uma conotação holística, abarcava o ser na sua plenitude. Assim como deveria ser na atualidade no meu ponto de vista.

    Mas sempre é bom lembrar que, o modelo convencional de salvação, ainda que tenha aceitação majoritária, não reina absoluto. mas tem concorrentes de peso, com teologias que harmonizam a ortodoxia à ortopraxia, com propostas que se aproxima bastante, dos paradigmas da igreja primitiva no que tange a salvação.

    Paz!

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  3. Interessante sua compreensão sobre Paulo, Donizete!

    Concordo que os escritos a ele atribuídos não têm este apelo ao medo nos moldes intimidatórios do discurso Heaven or Hell? ("Céu ou Inferno?") que chega a fazer o crente duvidar da bondade divina, em que a possibilidade de salvação estaria a mercê de todos, bastando o assentimento de fé à palavra do pregador.

    O discuso "Céu ou Inferno?" foi bem desenvolvido nos Estados Unidos através da falácia do argumentum ad baculum, consistente num apelo à força em que as consequência negativas de uma eventual rejeição dos receptores da pregação chegam a ser antecipadas com ameaças de perda da vida eterna, de castigo e de sofrimento imposto aos inimigos de Deus. Muitos deturparam descaradamente o trecho do Sermão da Montanha de Mt 7.13-23. Teria sido o caso do teólogo norte-americano Jonathan Edwards (1703-1758), autor da pregação Pecadores nas Mãos de um Deus Irado, feita em 08/07/1741 em Enfield, Connecticut, em que ele arrancou muitos choros de angústia em seus ouvintes ao incutir neles as ameaçadoras imagens de um Deus vingador.

    Nesta mesma linha, outros também elaboraram discursos não muito diferentes como foi o caso do evangelista Billy Graham e o Paul David Washer como se lê neste trecho de Fire and Brimstone:

    "(…) Você diz: 'Ei, espere um pouco. Deus não odeia ninguém. Deus é amor'. Não, meu amigo. Você precisa entender uma coisa. Jesus Cristo ensinou, os profetas ensinaram, os apóstolos ensinaram isso - que fora da graça de Deus revelada em Jesus Cristo nosso Senhor, a única coisa que sobre pra você é a ira, a violenta ira de Deus em razão da sua rebeldia e pecado".

    Sinceramente, não sei que tipo de "graça" é esta que Paul Washer prega!?

    Felizmente encontro mentes brilhantes como você que estão lendo Paulo e a Bíblia com outros olhos, o que considero fundamental para que os evangélicos amanhã se libertem dessas estratégias persuasivas do discurso religioso.

    De qualquer modo, eu encontro algumas ameaças em Paulo e que podem ter sido até acréscimos feitos pelos padres dos séculos II a IV. Falo de citações como as de 1 Coríntios 6.9-10 e 15.50 ou Gálatas 5.19-21 ou Efésios 5.5. Porém, destaco que os textos paulinos, em ambas as referências acima, referem-se ao "reino de Deus" o que, necessariamente, não significa uma ameaça com o inferno.

    Bem, acho fundamental pessoas como eu, você e o Franklin do blogue “Conexão Graça”, além do Eduardo Medeiros, somarmos esforços para desconstruirmos de vez este discurso da intimidação religiosa, tendo em vista que a Bíblia ainda é vista por muitos cristãos como fonte de autoridade.

    Abraços.

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  4. Em tempo!

    A maneira como eu interpreto as citações de Paulo referidas acima é que, se levarmos uma vida errante e entregue ao pecado, não desfrutamos o Reino de Deus no aqui e agora. Pois a minha conexão com o Eterno requer uma harmonia interior com a Verdade, colocando não só a conduta praticada como meus pensamentos, emoções, sentimentos e motivações totalmente ligados na Torá (instrução e orientação divina). Não me refiro a algo que esteja baseado na moral, mas sim na conversão do coração, na busca de seguir o caminho metafísico dos justos a exemplo do Salmo 1º.

    Não sei se você tem a mesma compreensão que a minha (ou próxima do que expus acima).

    Aproveitando a oportunidade, compartilho que a 1ª resposta que eu havia lhe dado acima acabou inspirando-me a escrever um novo artigo no meu blogue e no Facebook.

    Valeu!

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  5. Rodrigo,

    Obrigado pelas considerações!

    Prefiro debater esta temática com este viés.

    A atual compreensão, pelo menos a mais aceita, talvez como herança do puritanismo inglês, tende em sua implicação, equiparar javé com alá. Entenda-se esta comparação em relação ao conceito dos grupos radicais islâmicos (xiitas) que tem na sua convicção, a noção de que ele não poupa nenhum infiel. concepção bem parecida com a do fundamentalismo cristão. Paul washer que o diga!

    Quanto a sua compreensão acerca dos textos paulinos. Também não acredito que Paulo fazia imposições no tocante à moralidade, através da coerção, visto que seu trabalho era voltado quase que em sua exclusividade aos gentios. Não acredito que ele trabalhava com propostas de aculturação, como fizeram os cristianizadores Jesuítas por exemplo.

    Por outro lado Paulo não concordava com práticas antinomianas. Porém, não podemos supor que estas regras vem de fora para dentro, mas intrínseca à natureza humana. A vós da consciência. Própria da "imago Dei". Se não for assim, teríamos que considerar Paulo o mais contraditórios dos seres.

    Acredito Rodrigo, que quando o ser humano tem consciência do reino, é religado a Deus na linguagem comum de salvação, existe um conjunto de valores, ações e comportamentos e até de pensamentos que tem por assentimento natural. É voluntário.

    Parece-me que estamos bem próximos nessa compreensão.

    Abraços.

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  6. Donizete, seu texto é ótimo, claro e accessível. Bem, quanto essa questão do universalismo, a minha visão é a seguinte, não só o plano da salvação se deu através dos tempos, mas a compreensão desse plano também amadurece com o homem. Era muito aceitável que o homem judeu, que vivia em tribos tivesse uma noção de Deus que o salvava de suas dificuldades diárias e de seus inimigos e destruia tais inimigos. Entende-se que Paulo por ser um homem instruído, apesar de sua fé no judaísmo tivesse uma visão mais ampla e que abraçasse as nações num universalismo que não se compara com esse que temos hj, como pessoas do nosso tempo, quando a visão do direito do outro está ampliado.
    O que não se admite é que o homem de hoje defenda um Deus particular, que é bom sendo ruim, que inclua excluindo, que ame lançando no inferno.

    Na época em que os pais queimavam a língua dos filhos com colher quente por amor, a idéia de Deus bom que mata era razoável. Na época em que expulsar uma filha grávida de casa era sinal de honra e justiça, um Deus que expulsava seus filhos eternamente de sua presença era perfeita.
    Mas vivemos uma época em que o modelo de pai se aperfeiçoou. Não podemos pensar em Deus que não seja para todos.

    Abraços!! Obrigada por sua visita lá no blog.
    Fica com Deus.

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  7. mariani,

    Este conceito de um deus ambivalente de fato não combina com uma cosmovisão coerente que formamos a partir do evento Cristo.

    Inclusive esta imagem de um deus justiceiro, é a causa primária de muitas pessoas "circularem" por alguma igreja evangélica. Pois a mensagem que muitos pregam, e é por eles ouvida, a muito tempo deixou de ter como essência o amor transferindo para o terror toda sua ênfase!

    Abraço. Fica com Deus!

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  8. Prezado irmão Donizete.

    Gostei muito do seu espaço.
    Suas mensagens dispensa comentários.
    Apreciei muito as indicações dos livros.
    Estou precisando estudar (História) dos Pais da Igreja e os Reformadores. Será que o irmão conhece algum livro que pudesse me indicar.
    Ficaria imensamente grata com a sua atenção ao meu pedido.

    Já te seguindo, e aguardando a sua visita!

    Em Cristo,

    ***Lucy***

    P.S. Deixo o convite para visitar um blog que tenho visitado semanalmente, o qual contém mensagens abençoadoras, apesar de algumas serem consideradas polêmicas, porém ricas de entendimento. http://discipulodecristo7.blogspot.com/

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  9. Doni,

    Destaco sua frase:

    "Se não for assim, teríamos que considerar Paulo o mais contraditórios dos seres."

    E se de fato, Paulo for o mais contraditório dos seres?

    "Bosch diz que, Nenhuma opção faria jus às delicadas nuanças do pensamento paulino. Paulo está em condições, por um lado, de proclamar, com certeza absoluta, que Deus será tudo em todos e que toda língua confessará a Jesus como Senhor. Concomitantemente, ele é capaz de insistir na missão cristã como um dever ao qual não é possível renunciar. "

    Ou de fato, ainda não conseguimos captar a essência do pensamento de Paulo, ou a contradição ou o paradoxo continuam. Ou então, o tema é tão complicado, que só mesmo um paradoxo para "resolvê-lo".

    Os comentários do rodrigo e os seus são uma verdadeira aula de alto nível que poucos seminários têm condição de oferecer a seus alunos.

    Interessante também a observão do conceito lucano de salvação, não havia atentado ainda para isso. E se voltarmos para Jesus(que é o que de fato, mas me interessa), o que ele teria a dizer do pensamento daquele que "lhe perseguia"? Ele assinaria em baixo?

    Entendo que a salvação para Jesus também era algo muito ligado à vida aqui e agora. Não que não houvesse elementos escatológicos nele, mas entendo que toda sua escatologia estava focada para "aqui" e não para o além, como veio a acontecer com a expressão "Reino de Deus" para "Reino dos céus".

    Excelente texto!! Aprendi com vocês.

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  10. É verdade Edu,

    Há nas entrelinhas dos textos de Paulo afirmações contraditórias em relação a esse assunto.

    Até mesmo a sustentação de Boring, de que há um desdobramento progressivo em Paulo, que vai do “particularismo” ao universalismo”, apresenta seus problemas.

    As inevitáveis perguntas que fiz: até que ponto é viável ou possível fundir aquelas duas imagens em uma só? Até que ponto posso me permitir a prerrogativa de escolher entre “particularismo” e “universalismo”? Existe uma maneira de tornar harmônica duas afirmações colidentes? Pelo menos para mim continuam em aberto. Talvez não para você? rsrsrs

    Abraços!

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  11. Olá! irmão Donizete.

    Agradeço sua visita no meu espaço e também pela indicação dos livros. Já providenciei a aquisição de um deles.

    A propósito, deixo o convite para visitar um blog que tenho acessado semanalmente, o qual contém mensagens abençoadoras; apesar de algumas serem consideradas polêmicas, porém ricas de entendimento. http://discipulodecristo7.blogspot.com/
    Vale a pena conferir e não esqueça de deixar seu comentário.

    Em Cristo,

    ***Lucy***

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  12. Para Hermann Häring Paulo era universalista só porque Paulo não pregava a vida e as ações de Jesus, porém integralmente no Senhor ressuscitado. Isso não tem nada haver, que loucura, mais esta agora querem deturpar os textos Palinos, Paulo pregava o cristo ressussitado para loucura dos Judeus. Tem nada haver que ele é universalista porque não pregava a vida de Jesus, pois o memso que andou é mesmo que ressussitou. rsss Isso não dá base nehuma para dizer que ele era universalista. rs


    http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11396&cod_canal=41

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  13. Não acredito nisso! Ta procurando algum abacaxi pra descascar Doni?? Não existe abaxi nenhum maninho! rsss

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  14. Para Hermann, Paulo relativiza todas as orientações concretas que se implantaram no povo de Israel através da Tora.
    Assim, Paulo reconduz as diferenças religioso-culturais . Só a graxa!

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  15. Rô,

    Lá no Face, eu disse em outras palavras que ainda não possuo uma opinião formada a respeito desse tema. Mas que atualmente o estabeleci como objeto de estudo, e está entre minhas prioridades de momento.

    Inclusive Rô, no texto principal, você pode notar, na conclusão, minha preferência pelo particularismo. Ainda que deixei propositalmente as perguntas em aberto.

    Ainda que atualmente esta posição teológica tenha aceitação mínima entre os evangélicos, nem sempre foi assim. A começar pelo período patrístico, onde uma boa parte dos pais da igreja eram declaradamente universalistas, estendendo até a igreja pós-reforma, com grupos que seguiam esta mesma tendência.

    No final do século XIX surgiram grandes pensadores com posicionamento favorável à doutrina da salvação universal.

    Expondo a opinião de um colega da blogosfera que disse:
    “Essa doutrina (universalismo) não é coisa de loucos desvairados e nem de teólogos desocupados. Mas sim uma opinião firmemente defendida por muitas pessoas sinceras ao longo da história do Cristianismo. Muitos sendo até mesmo martirizados e condenados como hereges por suas crenças num Deus de absoluto amor.”
    Não custa nada refletir Rô!

    Abração!

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  16. Hum! A coisa aki tá boa demais e eu perdendo.

    Doni, "Todas as vezes que ele faz menção da ira de Deus, é apenas no sentido de fazer um contraste sombrio de uma mensagem caracterizada por boas novas."

    As Boas Novas que salvam integralmente ou trinitariamente... Ai ai ai pedradas dos hereges? rsrs

    "Se esperarmos só por ESTA VIDA, somos os mais miseráveis de todos os homens." Apóstolo Paulo né? Estou no caminho ao lar da glória...

    Não sei se chego primeiro, mas nos encontraremos lá.
    Um beijo.

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  17. "Mas isso não implica que o evangelho seja uma introspecção mística ou a salvação de almas individuais, retirando-nos de um mundo perdido e lavando-nos para a segurança da igreja. Trata-se, pelo contrário, de uma proclamação de um novo estado de coisas que Deus iniciou em Cristo, que diz respeito as nações e à integralidade da criação e culmina na celebração da glória final de Deus.”

    Para a segurança de Cristo com ou sem igreja. hehehee
    O que ele entende por integralidade da criação e tudo o mais? Fiquei no espaço...

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  18. Doni, "Como já foi dito, Paulo não possui uma doutrina de inferno"

    O que você crer que Paulo estava dizendo aqui com o dia de Cristo Jesus?

    "Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. (1 Coríntios 5:5.)

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  19. Olá Guiomar.

    Com certeza nos encontraremos lá! rsrs...
    Lembra do hino da harpa cristã? "Desejamos ir lá, desejamos ir lá. Que a alegria será. Quando nós nos encontrarmos lá."

    Você perguntou: "O que ele entende por integralidade da criação e tudo o mais?"

    O autor supracitado estava se referindo a extensão ou o alcance da redenção que atingirá a totalidade da criação de Deus. Lembra do texto de Romanos onde o apóstolo Paulo trata dessa questão?

    Abraços pastora.

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  20. Doni "Paulo está em condições, por um lado, de proclamar, com certeza absoluta, que Deus será tudo em todos"

    Eu não vejo onde estar universalismo aqui. No capítulo 3 de colossenses, vemos que ele está falando para aqueles que estão ressuscitados com Cristo, que já não vivem segundo o mundo, mas para Cristo. Depois de vários conselhos ele diz: "vocês que já se revestiram de uma nova natureza" [...] já não tem importância o ser grego, judeu, estar ou não circuncidado, ser estrangeiro, inculto, escravo, livre, e sim que Cristo é tudo e estar em todos.

    Nem forçando o texto, se chega a uma conclusão, que Paulo esteja com um discurso universalista.

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  21. "...para que o nome de Jesus se dobre todo joelho
    dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra
    e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o senhor,
    para a glória de Deus pai."Filipenses 2:10 e11"

    Eu não entendo que, necessariamente todos irão confessar a Jesus como senhor por haver assumido a Ele como tal, e sim porque terão de reconhecer que Ele É, quando Ele voltar na sua glória.

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  22. Rodrigão, acho que em outro lugar te falei sobre meu entender desta tua afirmação: "Cada vez mais tenho percebido que a manifestação do Reino de Deus se dará imperceptivelmente até que o mundo realmente compreenda o amor ensinado pelo Messias que eu creio ser Jesus e também todos os que alcançam a consciência messiânica."

    Se é assim, porque Jesus disse: "Certamente, ouvireis falar de guerras e
    rumores de guerras;
    mas, não vos assusteis,
    porque é necessário que tudo isso aconteça,
    mas ainda não é o fim.
    Porquanto se levantará
    nação contra nação,
    reino contra reino,
    e haverá fomes
    terremotos em vários lugares;
    porém tudo isto é o princípio das dores. (Mt.24:6-8)

    Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar,
    trair e odiar uns aos outros; (Mt.24:10)

    Se multiplicará a iniquidade,
    o amor de muitos esfriará". (Mt 24,12)

    O irmão entregará seu irmão à morte.
    O pai, seu filho.
    Os filhos levantar-se-ão contra seus pais
    e os matarão". (Mt 10,21)

    Haverá grandes terremotos por várias partes,
    fomes e pestes,
    aparecerão fenômenos espantosos no céu". (Lc 21,11)

    Sinais no sol, na lua e nas estrelas.
    Na terra a aflição
    Angústias se apoderarão das nações
    pelo Bramido do mar e das ondas". (Lc 21,25)

    Homens desmaiando de terror,
    a Expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra.
    As próprias forças dos céus serão abaladas". (Lc 21,26)

    Será pregado este evangelho do reino
    por todo o mundo,
    para testemunho a todas as nações.
    Então, virá o fim. (Mt.24,14)

    "Se aqueles dias não fossem abreviados,
    criatura alguma escaparia;
    mas por causa dos escolhidos,
    aqueles dias serão abreviados". (Mt 24,22)

    Amigo, por mais esforço que façamos para ver um mundo melhor, temos visto exatamente o contrário, o mundo agonizando sob o peso da maldade humana.
    Abraço.

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  23. A ojeriza que a maioria dos crentes têm pelo universalismo é por que eles são individualistas; possuem uma ideologia de "corpo fechado", de "panelinha dos salvos"; de "escolhidos" de que são 'santos" e todos os outros são "ímnpios". Não são capazes de admitir que alguém que não tenha a sua fé, mesmo sendo alguém do bem, possa estar junto dele no céu. São donos da soteriologia e os demais serão alvos da escatologia.

    Eu não bato o pé pelo universalismo nem pelo individualismo soteriológico; eu não sei se "nos veremos lá", eu não sei onde é "lá"(será que alguém sabe?); a vida que eu tenho para viver plenamente, abundantemente(como disse Jesus) e autenticamente(como disse Bultmann), é está aqui, terrena, com suas alegrias e dores; a vida "lá" é um "salto no escuro" e uma aposta da fé; a vida daqui é concreta, objetiva e a estamos vivendo agora, nesse momento. Que cada um de nós saiba que ajuntar muito mantimento no celeiro pode ser inútil, pois a morte pode bater à porta a qualquer momento, e o teu celeiro ficara aí; "para quem será"?, indagou o Mestre.

    Eu ficaria muito decepcionado se eu fosse "para lá" e tivesse que ficar cantando num coral pelo resto da eternidade...

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  24. Doni,

    Mas sim, voltando ao texto depois desse meu "arrebatamento de sentidos", se eu tivesse que escolher, diria que paulo não era universalista, pelo menos não no sentido que o termo tem hoje. Mas a frase de que "toda língua confessará que Jesus é o Senhor" não consigo vê-la como um ato de vingança divina, como se dissesse: "viram, seus condenados, ímpios, confessem que cristo é o Senhor e depois queimem no inferno".

    Tem certas crenças cristãs que acho tão despropositadas...

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  25. Gui,

    os textos que você cita, são direcionados à destruição de Jerusalém no ano 70, principalmente os de Lucas 21. Isto está claro quando "Jesus" diz: Em verdade vos digo que ESTA GERAÇÃO não passará sem que tudo aconteça".

    Lembro que os pastores assembleianos de antigamente(igreja na qual fui "criado") sem nenhum manejo hermenêutico, sempre se referiam à sua própria geração quando liam esse texto e não, à geração de Jesus.

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  26. Edu,

    A única pessoa de confiança, que afirmou ter sido levado por Cristo num êxtase espiritual aos céus, foi Paulo. Mas manteve total segredo em relação as coisas que ouviu por "LÁ". Mas muito provavelmente são aquelas coisas que nem sequer chegou a imaginação do homem. Algo tão transcendente como o próprio Deus. No demais é tudo especulação. Onde será esta "LÁ"?

    Guiomar e Edu,

    Acredito que vocês tenham lido o comentário que fiz acima para a Rô. Lá exponho minha opinião à respeito desse tema meio intrincado mas muito interessante.

    Outro detalhe,

    Note como Lucas tinha concepções diferentes dos demais escritores:

    Ele relata que quando Jesus entrou na sinagoga de Nazaré, lhe foi dado o livro do profeta Isaías.

    Agora, por que razão Jesus não leu na íntegra o texto? Porquê justamente a parte escatológica, que na visão de muitos, é a mais interessante, ele não citou? Lc 4:18.

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  27. Como diria o Rolandro Lero da escolinha do professor Raimundo:

    "amado mestre, vós pacientemente semeais vossa sapiência sobre este solo infértil, ávido por sorver toda tua sabedoria, dizei-me, mestre, dizei-me por que Jesus não leu o texto completo, por que????"

    kkkkkkkk

    A Rô é uma autêntica representante da ortodoxia fundamentalista norte-americana dos anos 1910; ou seja, é chata prá caramba...kkkkkkkkkkkkkkk com ela só a "GRAXA", KKKKKKKK

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  28. rss Realmente o céu seria um inferno para alguns rss. Né Edu?? rss

    Doni, depois nos falamos lá no Facebook sobre. Aqui a chapa pode esquentar. rs

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  29. Rô, de fato, o "céu dos crentes" é muito chato e eu não quero ir para lá...

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  30. ...prefiro o paraíso mulçumano com 10 virgens...

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  31. Para o ímpio o céu seria chato mesmo. rss

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  32. Uai Done, será que Ele não queria exatamente ler o texto que falava sobre Ele?

    Por que Ele teria quer ler mais? Hoje estaríamos especulando porque Ele leu...

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  33. Edu e por que tu gosta tanto de hímen? Oxeeeeeeeee

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