sábado, 8 de outubro de 2011

Reflexão sobre os caminhos da teologia



CAMINHOS DA TEOLOGIAA história da teologia não terminou. Talvez nunca chegue à conclusão. Mesmo no reino de Deus haverá, decerto, outras coisas a serem aprendidas. Alguns imaginam o céu como uma escola eterna, sem o tormento dos exames e das provas é claro. Seja como for, os cristãos ainda estão cursando a escola histórica da teologia. E sua história, com todos os seus conflitos, tensões, reviravoltas e guinadas, continua. 

Entretanto a era contemporânea vive uma incerteza. A razão dessa incerteza é o pluralismo radical que aflige a teologia. Apesar de todo o interesse e “cor” que o pluralismo acrescenta, a história não poderá continuar sem que haja a redescoberta do ENFOQUE CENTRAL que mantenha as diversas teologias existentes unidas como cristãs. Por esta razão, já pode ser visualizado no horizonte a necessidade de uma REFORMA. Muitos historiadores argumentam com toda razão, que a igreja, no âmbito mundial, está atrasada nessa nova reforma. É necessário um novo reformador da igreja universal. Um grande pensador religioso como Irineu, Tomás de Aquino, Lutero, Calvino, Edwards, Wesley ou Barth precisa surgir para oferecer uma NOVA VISÃO UNIFICADORA DA TEOLOGIA CRISTÃ que se baseie firmemente na revelação divina, consistente com a grande tradição da igreja e espiritualmente revigorante.
Podemos conjecturar que é possível que a reforma da igreja no século XXI comece em algum lugar do terceiro mundo e atinja a América do Norte e a Europa? É bem provável. A maioria dos cristãos reside fora desses dois continentes e os movimentos mais fortes também estão surgindo nas culturas do chamado terceiro mundo. As igrejas cristãs mais jovens da Ásia, da África e da América Latina talvez forneçam o PROFETA TEOLÓGICO do próximo século ou até do próximo milênio. É possível que as fontes de renovação espiritual e teológica da Europa e da América do Norte tenham se esgotado e precisem ser renovadas por novas fontes. Seria prematuro antecipar, pois, tradicionalmente bebemos das fontes das teologias européias e norte americana, e por isso, nunca tivemos uma teologia independente, mas a despeito disso, venhamos a apresentar ao mundo as propostas de um novo e seguro rumo para a teologia. Mas podemos assegurar que os esforços já começaram.  Não precisamos de uma nova versão das resoluções tomadas, como por exemplo, no pacto de Lousane, no sentido de apenas reafirmar o que todos já sabem. E nem apresentar propostas para um entendimento ecumênico entre as vertentes, mas sim encontrar aquele denominador comum que deu origem ao desenvolvimento do pensamento cristão na sua gênese, mas que em algum lugar do passado se perdeu.
O que quer que o futuro da história da teologia cristã nos reserve, certamente será interessante. Sempre foi. E restam ainda questões não resolvidas que os novos reformadores teológicos precisam responder. A principal delas, naturalmente, é a antiga discussão entre monergistas e sinergistas sobre o relacionamento de Deus com o mundo. Novos entendimentos da palavra de Deus sobre essa questão são urgentes, pois nos extremos da teologia do processo e do agostinismo-calvinismo ressurgente polarizam o pensamento cristão mais do que nunca. Acredito que essa questão consumirá uma parte das atenções da teologia do século XXI e que novas opiniões e idéias para resolvê-la, virão quem sabe, de um pensador cristão brasileiro.   


Congresso discute rumos da teologia 
Reunidos em Águas de Lindóia (SP), setembro e 2003, teólogos, pensadores, pastores e diretores de instituições teológicas debateram a expressão teológica brasileira 


21 comentários:

  1. A Teologia precisa “reinventar seu tradicional diálogo com as outras ciências em bases muito mais árduas”, afirma Afonso Maria Ligório Soares, Presidente da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER).

    Segundo ele, a Teologia sempre esteve em diálogo com a ciência do seu tempo, mas, para dialogar, é preciso ter claro o que é próprio de cada interlocutor. Um teólogo que não dialoga com a ciência de seu tempo nem teólogo é.

    Em entrevista concedida à IHU On-Line, Afonso Maria Ligório Soares aponta para a necessidade de construir “uma teologia pluralista não confessionalmente cristã, mas transreligiosa, pluri-religiosa, macro-ecumênica ou inter-faith”.

    O que você acha?

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  2. doni,

    muito pertinente seu texto sobre os "caminhos da teologia". sinceramente eu não vejo a possibilidade de uma teologia universal onde todos a recebam como a "teoria do tudo" teológica.

    nem mesmo na história bíblica isso ocorreu. mas concordo que novos teólogos latino-americanos possam surgir para dar uma ventilada nas ideias teológicas, como foi a teologia da libertação. gosto de ler juan luis segundo, creio que ele busca novas fronteiras para explorar, assim como o próprio boff, tão criticado como herege pelos fundamentalistas.

    no meu entender, a teologia cristã deve ser cada vez mais universalista e acolhedora de outras experiências religiosas do mundo como válidas, conforme já pregou o teólogo católico hans kung, que inclusive foi cassado por pelo papa joão paulo 2 em 1979.

    enquanto houverem papas ou grupos que se comportam como papas, a teologia cristã continuará exclusivista, dona da verdade, única compreensão possível para o mistério divino, isso tudo sem querer ver a própria divisão que há em seu meio.

    no meu bloque, a proposta é fazer desfilar todos os caminhos que a teologia já tomou(modo de dizer, pois isso é muito difícil de se fazer) e abrir sempre o diálogo dos contrários.

    sabe, amigo, creio que quando todos os homens de fé(não importa qual)se abrirem para aceitar a fé do outro como caminho espiritual válido, todas as teologias se convergirão para o que lhes deve ser comum: a compreensão que nenhuma delas esgota o mistério divino, logo, ter contato com outros caminhos só pode enriquecer a caminhada.

    é uma postura herética, eu sei, mas é a minha postura. e além do mais, todo mundo é herege dependendo de quem lhe vê e julga.

    abraços

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  3. Donizete, eu creio sim que a igreja de Cristo será burilada e encontrará o caminho das "Bem Aventuranças".
    Fico impressionada com o número crescente de pessoas que estão sendo iluminadas contra as doutrinas de homens, e que têm desejado cair fora do domínio de líderes soberbos, manipuladores, e fazer com que o Reino de Deus seja estabelecido entre nós de fato e de verdade.
    O que me preocupa é que boa parte dessas pessoas estão amarguradas e precisam de saúde antes de levar esta luz para outros.
    Abraço.

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  4. Oi, Donizete!
    O fascinante da história é que é preciso um certo distanciamento temporal para se fazer uma melhor análise dos fatos. Como será analisada futuramente a igreja dos nossos dias? Qual o seu perfil? Será q a reforma vai se dar sobre os pontos que hj vemos como errados ou a análise futura apontará coisas diferentes do q hoje julgamos necessitadas de reforma?
    Como historicamente há sempre um avanço e um recuo de geração para geração, pode ser que a nova teologia (posso dizer assim?) seja mais conservadora.

    Um abraço. Fica com Deus!

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  5. Estava lendo sobre o rumo da " teologia planetária, aberta e livre". Com a publicação do último dos cinco volumes projetados pela Associação de Teólogos e Teólogas do Terceiro Mundo com o título geral "Pelos muitos caminhos de Deus" o objetivo de promover o encontro entre "Teologia da Libertação" e Teologia do "Pluralismo Religioso". Imagine só no que isso vai dá né?? rss
    Querem sim uma uma teologia "sem dogmas, sem leis, sem "verdades" nem "doutrinas", "uma teologia laica, simplesmente humana", "libertada do serviço a uma 'religião' enquanto instituição hierarquicamente sagrada com o seu sistema de crenças e ritos e cânones", centrada na espiritualidade, comprometida com a "difícil tarefa de humanizar a humanidade e de reconduzi-la à sua casa, rumo à placenta natural planetária da qual ela erroneamente se separou. Misericórdia uma Teologia sem verdade rss.
    Bom, creio que não precisamos de mais nehuma Teologia, precisamos sim voltar aos funadamentos da fé. Doni, estive Domingo assitindo a conferencia Fiel (Juntos em cristo), onde haverá todo ano este encontro aqui no Barsil, creio que seja justamente para combater a isso tudo com a veradde, achei legal a idéia, justamente agora!
    Senti todos preocupados com o que esta a contecendo hoje, inclusive foi falado no início sobre o que se tem enserido no meio cristãos, ou seja, em Faculdades e seminários. Estão muito preocupado. Achei bastante pertinente ao momento. Paz!

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  6. Edu,

    Li não me lembro onde que existe algumas vantagens práticas na postura Universalista. Uma delas, é a possibilidade de novos e amplos aprendizados, pois sua atuação não restringe a uma confissão apenas. outra é a ausência de preconceito quanto a outras filosofias e religiões, isto é admirável, pois permite um exame isento de pontos de vista pessoais. Agora Edu, existe a possibilidade de ser fundamentalista nesta questão, e entretanto conservar todas estas virtudes. Praticar uma visão holística funcional fraterna, livre de qualquer segregação sem eliminar o caráter exclusivista que a teologia cristã atribui as escrituras e consequentemente a Jesus como o único caminho. Você sabia que até Karl Barth andou flertando com o universalismo, mas criou juízo a tempo. Rsrsrs.
    Acho interessante o ponto de vista de Brunner. Ele admitia que se podia achar a verdade no filósofo, no ateu, no adepto de seitas não cristãs, assim estabelecendo diálogos entre eles, mas contudo reconhecendo que eles não podem possuir suficiente e completo conhecimento do verdadeiro Deus. Não consigo conceber a idéia de que Jesus é apenas uma luz dentre outras. O labor missionário empreendido perderia o sentido se assim fosse.

    Até mais.

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  7. Gui,

    Realmente tem surgido no cenário nacional, algumas vozes responsáveis e comprometidas com a preservação do cerne doutrinário que foi estabelecido nos credos. Sem este a teologia cristã perderia seu norte, e acabaria entrando numa nova era de obscuridade, assim como aconteceu na idade média.

    Volte sempre. Fica com Deus.

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  8. Mariani,

    Pertinente todas as suas perguntas. O que nos reserva o futuro da igreja? Talvez não haja a necessidade de uma total desconstrução como sugerem alguns, mas sim resignificar, recolocar cada valor no seu devido lugar. Hoje a falta de união entre as igreja,são na sua maioria, devido a questões absolutamente secundárias. A opinião que formamos a partir das várias denominações, é que para eles o reino é um bolo. E cada um quer ficar com a melhor e maior parte.

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  9. Rô,

    Todos ficamos felizes quando vemos as pessoas preocupadas com os caminhos que a teologia está tomando ultimamente. Basta ver a quantidade de simpósios e conferências que são realizados com este objetivo. Seria uma utopia sonhar com uma teologia unificada, livre das correntes a que tantos estão presos?
    A propósito Rô. Se há uma coisa que me deixa doente, é quando associam a teologia a palavra corrente. Quando alguém diz que é de corrente calvinista ou arminiana, a frase ainda que despretensiosa traz uma conotação de alguém privado de sua liberdade, até mesmo de pensamento. Pois se existe a corrente, tem alguém por trás cerceando a liberdade do indivíduo. E definitivamente este não é o papel da teologia.

    Você disse:
    "creio que não precisamos de mais nenhuma Teologia, precisamos sim voltar aos fundamentos da fé"

    Sim, de construções e sistemas teológicos o mundo está cheio. Esta pluralidade inclusive, é a razão da fragmentação do cristianismo, que está a procura daquele denominador comum que percorreu boa parte da História da teologia cristã.

    Abraços.

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  10. doni,

    quero refletir sobre o que você disse:

    Agora Edu, existe a possibilidade de ser fundamentalista nesta questão, e entretanto conservar todas estas virtudes. Praticar uma visão holística funcional fraterna, livre de qualquer segregação sem eliminar o caráter exclusivista que a teologia cristã atribui as escrituras e consequentemente a Jesus como o único caminho.

    você acha mesmo? esse tipo de fundamentalista é raríssimo, é quase uma aberração e é vist pelos seus pares como reservas....

    você por exemplo, busca esse visão holística sem abrir mão das suas convicções doutrinárias, mas não é verdade que ter qualquer convicção doutrinária seja ela fundamentalista, liberal ou outra qualquer é estar preso também a "correntes"?

    veja o meu caso: já fui acorrentado pelo fundamentalismo, virei um calvinista pentecostal à moda miquilina (ap.miguel ângelo), depois me tornei alguém parecido com essa sua descrição, ou seja "um fundamentalista holístico" mas era chamado de herege pelos meus amigos fundamentalistas não holístas...

    então, depois de muito estudar, meditar e refletir, acabei por me desacorrentar de qualquer teologia, seja ela fundamentalista ou liberal.

    gosto muito de falar de teologia, gosto muito de estudar o texto bíblico não só devocionalmente mas também metodologicamente, daí o meu blog ser um espaço aberto para que qualquer visão espiritual possa ser discutida mas sem querer refutá-la a partir de uma verdade já construída e única.

    mas tentar dialogar com o fundamentalista é dose por que a princípio, ele já crê que tudo que esteja fora do seu alcance ou das suas cercas doutrinárias, é inválido, heresia e "teologias de homens" (como se houvesse alguma teologia divina...).

    por isso é um prazer enorme poder reunir pessoas como você e outros que debatem lá pois todos têm cabeça aberta, até mesmo a fundamentalista gui, que ao que parece, está flertando com o holístico...rsss

    o mesmo não acontece com nossa amiga rô; essa se pudesse, queimaria na fogueira todo mundo que não tivesse o fundamentalismo cristão como verdade absoluta, e eu, seria o primeiro da fila...kkkkkkkkkkkkkkk

    os fundamentalistas devem mesmo estar preocupados e devem mesmo fazer suas conferências para tentarem deter a libertação do pensamento cristão ao qual eles querem acorrentar fazendo uma rígida separação entre os "verdadeiros"(eles) e os "falsos"(todos os outros).

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  11. continuando...

    eu já disse que a priori eu não sou contra fundamentalistas nem contra liberais. ou só sou contra o pensamento único; sou contra a pretensão de se ter a única verdade e a única interpretação válida para as escrituras.

    na verdade eu não quero que o fundamentalista deixe de ser fundamentalista e renegue o que crê; o que eu quero é que eles abram a possibilidade de haver verdades espirituais além das suas próprias verdades.

    sou a favor das verdades compartilhadas mesmo onde houver diferenças opostas e intransponíveis; ninguém precisa deixar de crer no que crer para admitir a validade da fé do outro.

    o fundamentalista é alguém que não admite nenhuma interpretação que não siga seus cânones;isso para mim é empobrecedor.

    que bom que consegui encontrar em você um fundamentalista aberto ao pensamento religioso que não seja o seu, mas você, amigo, é coisa rara.

    abraços

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  12. Edu, creio que todo cristão mesmo que não seja fundamentalista ele pode se abrir ao debate mas não admitirá a outra interpretação, ele pode aceitar sua opinião mas no fundo, jamais admitirá. Bom, estou respondendo por mim. Que sou chamada de fundamentalista só porque não abro mão do que creio. he he he

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  13. Edu,
    Um dos maiores desafios da vida é aprendermos a nos relacionar com as pessoas de forma equilibrada. E isso quando se aplica ao nível religioso multiplica-se por dez. Por isso, como você disse, cristão assim é como Mico-leão-dourado. Coisa rara. A proposta exclusivista do evangelho visa erradicar do pensamento das pessoas qualquer resquício de crença que não combine com a nova luz. Mas o que fazer Edu, se a notícia alvissareira de que Deus se fez carne e morreu para nos tornar propícios a Ele é única do evangelho?

    Nesta visão milenar universalista não cabe as escrituras judaicos-cristãs. Nós cristãos somos acusados de argumentarmos em círculos. O que é isso: é usar a Bíblia para tentar provar que ela tem razão quando a própria está sendo o objeto de discussão no sentido de provar sua validade e autoridade, e a partir Dalí assegurar que ela é a única que pode revelar a verdade absoluta. Por isso não adianta utilizar aquele velho método de citar uma cadeia de versículos que provem nosso conceito.

    Dificilmente alguém “laçado”(rsrsrs) por esta filosofia ecumênica subordina seu pensamento à revelação e a fé nas escrituras. Mas coloca todas as demais escrituras de todas as religiões em pé de igualdade com a Bíblia, no sentido de revelar Deus e a sua vontade ao mundo. O que eu diria que se trata de uma fé incomum. Contudo se trata também de polarizar suas convicções na outra extremidade do niilismo. Por isso simpática a muitos.
    Agora Edu, acreditar que todos os caminho levam a Deus, com todo o respeito, no meu ponto de vista é um relativismo crônico, uma “patologia” no aspecto psicológico.

    Acredito que toda literatura ou crenças religiosas, com raras exceções tem o seu valor ético e moral. Mas no fundo Edu, esta filosofia pluralista-relativista não visa a grosso modo, amordaçar a nossa consciência? Já quê, se existem tantas verdade, tantos caminhos e que todos devem ser considerados como “corretos”, Logo, qualquer esforço,vindo de qualquer segmento religioso não se torna desnecessário, visto que cada um pode pensar em que e no que quiser?

    Bom, este é meu modo simplista e talvez ultrapassado de pensar sobre esta questão.
    Um abraço.

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  14. rô, você não é fundamentalista por que não abre mão do que crê, você é fundamentalista por que acha que o que você crê deve ser válido para todas as pessoas no mundo, e que todo caminho espiritual que não seja o seu, vai dar por fim, no inferno.

    o que cá prá nós, é uma pretensão descabida.

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  15. doni, meu chapa, você diz que

    "Dificilmente alguém “laçado”(rsrsrs) por esta filosofia ecumênica subordina seu pensamento à revelação e a fé nas escrituras"

    e eu, posso dizer que

    dificilmente alguém que crê ter a posse da única verdade universal dificilmente vai respeitar a crença do outro e dificilmente vai propor novos caminhos para a sua própria fé, ficando engessado em concepções que podem estar anacrônicas ou precisando de ventilação.

    mesmo refletindo a partir do texto bíblico, me parece totalmente incabível que o único jeito de se salvar seja a crença na morte e ressurreição de um carpinteiro judeu que se não fosse o império romano monopolizar e estatizar sua pessoa e obra segundo seus próprios propósitos, talvez hoje ninguém soubesse que ele tivesse existido.

    você me pergunta

    "Mas no fundo Edu, esta filosofia pluralista-relativista não visa a grosso modo, amordaçar a nossa consciência?"

    será? e o pensamento único não amordaça também quem ousa pensar diferente?

    é pedir muito que cada um caminhe com sua fé, com seus absolutos pessoais e admitir que deus possa ser conhecido por outros caminhos que não o seu?

    eu acho que não é pedir muito, meu amigo.

    lá no blog tem 8 textos que escrevi sobre o diálogo inter-religioso, não sei se você chegou a ler algum. quando tiver tempo, dá uma conferida. devo voltar a esse tema brevemente.

    num mundo onde a religião é usada para gerar preconceitos e guerras, urde uma convivência pacífica entre todos os homens que buscam um caminho espiritual; senão, melhor é ser ateu, pois numa sociedade totalmente ateísta, as guerras religiosas não existiram.

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  16. O problema nosso Edu, é que nos atentamos apenas para o lado podre da laranja.

    Escrevi no texto que nesta neo-reforma, a igreja não deve olhar apenas para dentro, ou dar respostas a si mesma. Quando citei o Pacto de Lousanne me referi a isto. Você sabe que um dos primeiros proponentes e articuladores dessa neo-reforma foi o mesmo que trabalhou Lousanne. John Stott falecido recentemente. Seria trocar seis por meia dúzia. Esta reforma se ocorrer, deve ser mais ampla, mais arrojada, com uma visão mais externada. Não deixando de lado a abordagem teológica é claro, mas em meio a tantos temas reconhecer que o fato de estar perdendo terreno para as outras religiões revela que o modelo atual se tornou obsoleto. Precisa ser revisado.

    Em relação ao que você falou:
    “mesmo refletindo a partir do texto bíblico, me parece totalmente incabível que o único jeito de se salvar seja a crença na morte e ressurreição de um carpinteiro judeu que se não fosse o império romano monopolizar e estatizar sua pessoa e obra segundo seus próprios propósitos, talvez hoje ninguém soubesse que ele tivesse existido”.

    Você radicalizou. Rsrsrs.

    Se dissermos que existe alicerce bíblico para provar o UNIVERSALISMO, concordo. Mas o fato de Jesus ter nascido num momento de efervescência cultural (grega) e política (romana) que facilitou a propagação da mensagem, se deve exatamente aquilo que Paulo denominou de plenitude dos tempos. Veja como vemos as coisas de ângulos diferentes.rsrsrs. (Uma minoria de estudiosos sustenta que Paulo é efetivamente um universalista. Outros sustentam que ele apresentava conceitos conflitantes. Pois numa visão particularista , ele apresenta Deus com Juiz, onde haverá perdedores e vencedores. Num outro quadro, no universalista, ele apresenta Deus como um Rei, que vai unir todas as coisas debaixo do seu domínio.)

    O fato desta visão pessimista que se cria em torno do cristianismo se deve exatamente pelo fato de ter se tornado um “cristianismo”. Ter ganhado contornos de religião a partir de Constantino. Eu gosto do Kivitz quando diz que Jesus não objetivava fundar o cristianismo, mas sim despertar no Homem o anseio por Deus. Neste sentido amigo estamos de pleno acordo. Não precisa de templos, de Bíblia, de dogmas e de muitas outras coisas. Mas sim do Kerígma de João 3:16.

    Até mais.

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  17. Edu, o que eu creio é válido para mim, como o que você crê é valido pra ti, onde esta o problema meu filho?? Então posso te chamar de fundamentalista também, pois tu não abres mão do que acredita uai?? rss

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  18. Você Edu, acha que o seu caminho "espiritual" tem que ser de todo mundo também, e que todo mundo será salvo. rss
    Cá pra nós, que pretensão descabida a sua não achas??

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  19. é isso mesmo:

    "Não deixando de lado a abordagem teológica é claro, mas em meio a tantos temas reconhecer que o fato de estar perdendo terreno para as outras religiões revela que o modelo atual se tornou obsoleto. Precisa ser revisado."

    tudo já está lá nas escrituras, é só tomar por base o universalismo de isaías e de jesus e o lado universalista de paulo(RSSS) e está pronta uma teologia cristã que não vai se preocupar com o "avanço de outras religiões" por saber que no final, Deus será tudo em TODOS.

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  20. ah, é que eu não usei a visão teológica da "plenitude dos tempos" e sim, a visão histórica da "plenitude de roma"...rssss

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  21. Edu, é completamente equivocada essa sua afirmação de que Jesus só foi conhecido por causa de Roma.
    A dois pontos a considerar:

    1) Só no século IV a cristianismo foi oficializado como religião do império romano,ou seja, como depois de 4 século um carpinteiro sem expressão poderia fazer um imperador tomar uma decisão de tal envergadura, mesm porque ninguém foi forçado pela lei a se tornar cristão.

    2) Constantino simplesmente aceitou algo que já se sabia há séculos que não se podia destruir, ou seja, a fé que um carpinteiro era realmente o fihhode Deus. Durante 400 anos o cristinismo não precisou dos romanos para expandir mesmo com uma ferrenha perseguição.

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