quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pastores leigos






"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, (Ef 4:11,13)"

Um assunto pouco discutido nos meios pentecostais, é a consagração de leigos para ocuparem uma cadeira nos púlpitos de nossas igrejas. Muito diferente de muitas igrejas tradicionais, onde é exigido além de vocação, uma boa formação acadêmica, ter no mínimo o grau de bacharelado, seguido de alguns anos de estágios, e assim mesmo só será credenciado após passar por uma rigorosa sabatina, onde o postulante ao ministério terá que provar que tem total domínio na área em que irá atuar, no caso, a teologia, ter pleno conhecimento da teologia sistemática, bem como todos os sistemas teológicos tanto extintos como vigentes.
Os critérios adotados por parte das denominações evangélicas, sobretudo as pentecostais para a ordenação de pessoas para o oficio ministerial são de uma pobreza sem tamanho. Há casos onde as regras são duas apenas. Ser batizados com o Espírito Santo e dizimista. Há alguns anos aconteceu um fato lamentável  numa grande denominação, onde foi feito um verdadeiro arrastão no seio da igreja na tentativa de agrupar um numero x de pessoas, homens e mulheres para ocuparem uma vaga de ministro do evangelho. Não haveria nenhum problema se tal evento não fosse de cunho político. Na verdade o que planejavam era tornar pessoas aptas para votarem numa determinada convenção. A ordenação em si não é o grande problema, mas sim os pressupostos que levaram a essa atitude.
Cito como exemplo casos que aconteceram no século XVIII, com avivamento da igreja em alguns países europeus, onde houve um crescimento sem precedentes na historia do protestantismo, como os Pietistas na Alemanha, os Moravianos na Europa central e até mesmo o metodismo Wesleyano na Inglaterra. A demanda exigia com urgência pessoas dispostas a serem enviadas como missionários desbravadores com a mensagem do evangelho reformado. Pelo que se tem noticia foi a primeira vez (com exceção da igreja primitiva) que foi levado em consideração mais o fator disponibilidade do que propriamente o preparo básico exigido para desempenhar tal função. Neste caso, especificamente, houve uma carência, uma necessidade urgente em função da demanda. Bem diferente do caso lamentável ao qual me referi anteriormente.
No meu ponto de vista, e acredito que seja o de muitas pessoas, é que há a necessidade sim, de que o vocacionado obtenha  certo grau de instrução no que se refere a teologia, para depois ter sua credencial de ministro do evangelho. A pergunta que se faz é a seguinte: se qualquer instituição séria, utiliza sempre o modelo convencional e histórico, porque então o pentecostalismo e suas vertentes continuam fazendo vista grossa a algo tão primário? A resposta tem um nome; pragmatismo. Nenhum outro movimento cristão cresce mais do que o pentecostalismo. Mas  sabemos que há um preço a ser pago por um crescimento insustentável. Qual é o preço? É o seguinte: o evangelicalismo pentecostal é rápido até demais na sua capacidade de agrupar pessoas sob suas respectivas placas denominacionais, porém frágeis, fragilíssimo, no que diz respeito ao preparo e a instrução intelectual de seus membros. Daí para o nominalismo, para a perda da identidade cristã e o apego a crendices é um passo.   O texto de Efésios diz que o ministério foi instituído com vistas o aperfeiçoamento dos Santos, objetivo este que só poderá Ser alcançado com a habilitação e a capacitação daqueles que estão encarregados dessa missão
A realidade porém é outra . O que existe é uma grande quantidade de obreiros sem nenhuma qualidade, e as mensagens pregadas por eles seguem esta mesma ordem. O resultado não poderia ser outro; uma grande quantidade de crentes desejando ardentemente ouvir mensagens com conteúdo, no entanto são obrigadas a ouvir histórias e conceitos que aprenderam no jardim da infância. (Hb 5:11,14). Particularmente estou cansado de ouvir a Bíblia sendo pregada apenas em forma de alegorias. Sermão típico daqueles que não procuram se aprimorar na arte de elaborar sermões expositivos.  
Cabe então a pergunta, ser aperfeiçoado por quem? 

Donizete.

4 comentários:

  1. Isso é fato, mas com toda franqueza, além de dizimista e batismo no Espírito Santo, hoje também parece que estamos vivemos uma monarquia pastoral. Quem é presidente da mesa da CONAMAD? Que é presidente da covenção estaudal de SP? Quem é presidente da convenção estadual do RJ?

    Antonio Carmino

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  2. Carmino,

    É a famosa dinastia que pretende se perpetuar no poder. Ninguém consegue ver que este é um regime político falido e ultrapassado, que não trás resultados nem aqui nem em outro lugar? Isso é fruto da alienação em que vive o povo de Deus, que se submete aos mandos e desmandos de uma cúpula que dificilmente sairia ileso diante de uma investigação ainda que superficial.
    É interessante; temos uma verdadeira ojeriza quando são noticiados casos de nepotismo na política. então porquê aceitamos tão facilmente a maneira tão escancarada que acontece no ministério da igreja? Na verdade amigo, são palavras ao vento. Nada podemos fazer contra esta máquina!

    Até mais

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  3. Se a pregação é eficaz, se o Espirito de Deus está presente e operante, o que mais poderia importar?
    Douglas de Souza

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